terça-feira, 29 de maio de 2012

MANIFESTO COMUNISTA




    Lendo o texto “150 ANOS DO MANIFESTO COMUNISTA” de Osvaldo Coggiola, do original MANIFESTO COMUNISTA de Marx e Engels, me deparei com uma série de palavras estranhas (ou diferentes) ao meu vocabulário. Diante disso resolvi fazer uma lista com essas palavras e suas traduções, que disponho aqui para quem interessar possa:

1-      Manifesto  (ma.ni.fes.to)
1  Que se manifestou, manifestado
2  Declaração formal de intenções ou expressão pública (ger. por escrito) de ideias políticas, estéticas etc: "...O Diretório Acadêmico redigiu um manifesto endereçado à nação..." (Cecília Meireles, Crônicas de educação)
3  Declaração que se faz por escrito e que se transmite de um Estado a outro oficialmente por via diplomática

2-      Jacobinismo   (ja.co.bi.nis.mo)
1  Hist. Pol.  Doutrina de uma associação política revolucionária fundada em Paris durante a Revolução Francesa, o Clube dos Jacobinos, que defendia ideias democráticas radicais.
2  Fig.  Espírito, inclinação jacobina; ato, dito ou procedimento próprio de jacobino.
3  Pej.  Ideias ou opiniões políticas revolucionárias; RADICALISMO.
[F.: Do fr. jacobinisme.]

3-      Carbonarismo:  doutrinas ou práticas dos carbonários.   F. Carbonário.
(car.bo.ná.ri:o)
1  Membro da Carbonária
2  P.ext.  Membro de qualquer sociedade política secreta: "Sua bagagem guerreira de estudante, cubano, exilado, operado, carbonário e espião lhe dava uma aura de '007 cubano'..." (, O Globo, 14.06.2005)

4-   Dialética    (di:a.lé.tica)
1  Processo e arte de se buscar a verdade pelo diálogo e pela discussão
2  Tipo de lógica que interpreta os processos (históricos, p.ex.) como oposição de forças (antítese) que tendem a se resolver numa solução (síntese)
[F.: Do lat. dialectica,ae]
  Dialética ascendente
Segundo Platão, elevação da alma do mundo concreto a um mundo intangível, onde está o conceito do Bem.
  Dialética descendente
Segundo Platão, o caminho inverso da dialética ascendente, e no qual o filósofo parte da ideia do Bem, no mundo intangível, para aplicá-la à realidade do mundo concreto.
  Dialética transcendental
Segundo Kant, crítica à ideia, ilusória, de que a razão possa antecipar-se à experiência sensível, para estabelecer, antes de vivê-la,os conceitos de Deus, do mundo e da alma

4-      Atagonismo  (an.ta.go.nis.mo)
1  Ação em sentido oposto
2  Oposição ou incompatibilidade de ideias, opiniões, sistemas etc.
3  Ação ou resultado de opor-se a, ou manifestação de princípio ou vontade                  contrários a (algo); OPOSIÇÃO
4  Fig.  Relação de oposição ou rivalidade entre dois ou mais personagens
5  Fig.  Rivalidade entre pessoas ou instituições
6  Farm.  Interação de duas substâncias de ação oposta, com o objetivo de neutralizar ou atenuar o efeito nocivo uma da outra
[F.: Do fr. antagonisme.]

5-      Burgo   (bur.go)
1  Na Idade Média, fortaleza, ou castelo, ou casa nobre, ou mosteiro etc., cercado de muralha para melhor se defenderem de ataques inimigos e que serviam de abrigo às populações vizinhas quando atacadas
2  P.ext.  Vila, povoação ou aldeia que se formava nas cercanias e ao abrigo desse lugar fortificado
3  Pequena cidade, ou povoação menor que cidade
4  Arrabalde de cidade, vila, aldeia etc.
5  Cidade da Inglaterra que pode eleger representante(s) para o Parlamento
[F.: Do germânico burgs, pelo lat. burgus -i. Hom./Par.: burgo (sm.), burgó (sm.).]
Burgo podre
1  Na Inglaterra, burgo (5) em que se podia comprar votos para candidato ao Parlamento
2   Fig.  Área ou segmento eleitoral corruptível, onde se pode comprar votos, exercer influência por pressão ou por comércio de favores etc.

6-      Idílio   (i.dí.li:o)
1  Namoro; amor, romance: o idílio de Romeu e Julieta.
2  Sonho, devaneio: o eterno idílio do escritor com sua musa: o idílio dele com a revolução.
3  Poét.  Pequeno poema lírico de tema campestre; poema pastoril; ÉCLOGA.
4  Poét.  Entre os antigos gregos, qualquer poema curto.
[F.: Do lat. idyllium, deriv. do gr. eidýll.]

7-       Despotismo  (des.po.tis.mo)
  1  O poder absoluto de um déspota.
  2  Ação característica de déspota.
  3  P.ext.  Forma de governo que se funda no uso arbitrário do poder; AUTORITARISMO: "A sua concepção de governo não era o despotismo, nem a democracia, nem a aristocracia; era a de uma tirania doméstica." (Lima Barreto, O triste fim de Policarpo Quaresma)
  4  P.ext.  Qualquer manifestação de autoridade arbitrária ou opressora; AUTORITARISMO; TIRANIA: O despotismo de meu pai mantinha a família submissa.
  5  Bras.  Pop.  Grande quantidade: Tem um despotismo de dinheiro.
  6  Bras.  Lugar oculto, inacessível, no mato.
 [F.: déspota + -ismo.]

8-      Efêmero  (e.fê.me.ro)
  1  Que dura pouco (glória efêmera); TRANSITÓRIO. [ Antôn.: perene.]
  2  Que dura um dia.
  3  Bot.  Diz-se da flor que murcha no mesmo dia em que desabrocha
  4  Bot.  Diz-se de planta cujo ciclo de vida é tão curto que pode se repetir algumas vezes num mesmo ano
  5  Aquilo que dura pouco, que é passageiro, transitório
 [F.: Do gr. ephémeros. Em Bot, pelo lat. cient. ephemeron.]

9-      Plutocracia (plu.to.cra.ci.a)
            1  O poder daqueles que detêm a riqueza
            2  O governo regido pelas classes mais favorecidas economicamente
            3  A influência das elites econômicas no exercício do poder
            [F.: Do gr. ploutokratía, as.]

       10-   Bolchevique  (bol.che.vi.que)
             1  Ref. a bolchevismo ou aos bolcheviques: a revolução bolchevique.
             2  Hist. Pol.  Que é adepto do bolchevismo.
             3  P.ext.  Pol.  Que é adepto do marxismo.
             4  P.ext.  Pol.  Que é comunista
            5  Pej.  Que é de esquerda.
            6  Hist. Pol.  Membro da ala majoritária do Partido Operário Socialdemocrata russo.
            7  Hist. Pol.  Adepto do bolchevismo.
            8  Pol.  Marxista.
            9  Pol.  Comunista.
          10  Pej.  Esquerdista.
           [F.: Do russo bol'chevik, pelo ing. bolshevik. Sin. ger.: bolchevista. Cf.: menchevique.]

     11-   Lumpemproletariado (lum.pem.pro.le.ta.ri:a. do)
            1  Pol. Soc.  Segundo a sociologia marxista, grupo social proletário formado por    pessoas    que, por estarem fora do mercado formal de trabalho, vivem na mais profunda miséria, sendo destituídos de qualquer tipo de consciência de classe.
             [F.: Do al. Lumpenproletariat.]

     12-   Tautologia  (tau.to.lo. gi. a)
        1  Ling. Ret.  Vício de linguagem em que se repete a mesma ideia de maneiras diferentes; PLEONASMO; REDUNDÂNCIA.
        2  Lóg.  Processo de raciocínio que consiste em repetir com outras palavras o que se pretende demonstrar; TRUÍSMO.
    3  Lóg.  Função lógica que é sempre convertida em uma proposição verdadeira independentemente dos valores assumidos por suas variáveis.
 [F.: Do gr. tautología, as.]

    13-   Arrotear  (ar.ro.te.ar)
                  Arroteamento
          1  Agr.  Desmatar, preparar (terreno) para posterior plantação
          2  Agr.  Fazer o primeiro cultivo; lavrar pela primeira vez
          3  Fig.  Ministrar ensinamentos, educação a; tornar instruído, civilizado
         [F.: a -2 + roto + -ear. Hom./par.: arroteia (fl.), arroteia (sf.).]

     Espero ter sido útil, pelo menos àqueles, como eu, que encontraram dificuldades para concluir alguns raciocínios do texto por desconhecimento de algumas expressões.
Para aqueles a que tudo isso foi inútil, parabéns pelo prévio conhecimento.
Abraço a todos e até a próxima.

Obs: Todas as traduções foram transcritas do Aulete Digital. (Que está disponível na rede).

segunda-feira, 21 de maio de 2012

“SÃO JOÃO DA BARRA, QUEM TE AMA MORA AQUI.”



    Há uns oito ou dez anos atrás, mandei  fazer 100 adesivos com essa frase, nas cores de nossa cidade, azul, vermelho e branco,  ao preço de R$ 1,00 cada. Distribuí-os para amigos parentes e colei em meu carro. Minha intenção era simplesmente expor o meu pensamento em relação ao sentimento que tinha e tenho por esta terra, pois acredito que se você diz que ama um lugar, você deve participar efetivamente das coisas boas e ruins que acontecem ali. É tipo um compromisso de casamento, “na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe”.
    Para minha surpresa, dentro de pouco tempo, algumas pessoas ofendidas, eu acho, com este adesivo manifestaram-se contrárias aos seus dizeres. Vi uma matéria em um jornal da época falando algo a respeito e criticando a frase do adesivo, defendendo até mesmo que era uma frase imprópria e irreal, e que não era necessário mesmo morar aqui para amar esta terra. Fiquei triste e alegre ao mesmo tempo: alegre porque vi que um feito sem a menor intenção de gerar alguma polêmica estava provocando um debate maior, e triste porque vi que algumas pessoas discordavam de uma afirmação que julgava eu muito simples e objetiva.
     Com o passar do tempo, percebi que este “debate” surgira por alguns interesses particulares de pessoas que insistiam em dizer que amavam esta cidade, mas que não se dispunham jamais a morar nela.
    Ora essa, São João da Barra tem praias boas que os campistas e outros adoram, tem festas que são frequentadas por muitos cidadãos de outros municípios, tem um carnaval que é considerado o melhor do interior do estado, e todos a amam por tudo isso. Tudo isso é muito bom, bom demais. Essa tranquilidade de cidade pequena do interior é admirável e nessas horas quem tem uma casa de veraneio, ou de um parente por aqui faz questão de dizer que é sanjoanense, nem que seja só de coração. Mas a nossa cidade tem muitos problemas sérios como qualquer cidade do interior: Falta um hospital de ponta, escolas profissionalizantes, faculdades e universidades, mais empregos para seu povo nativo e outras coisas mais. Nessa hora os mesmos “sanjoanenses” acima, se escondem da gente.
    Mas quero falar ainda de outro caso especial. Os paraquedistas. Os políticos que só aparecem por aqui quando lhes é conveniente, ou seja, em ano eleitoral. Nestas horas eles arranjam endereços eleitorais que justificam suas residências fixas aqui, até estudam um pouco sobre nossa história e nossos problemas para mostrarem-se conhecedores a apresentarem soluções. Ora essa, vá se danar. Vocês não moram aqui, seus filhos nunca frequentaram o Alberto Torres ou o Cenecista, quando ficam doentinhos não sabem nem o endereço da Santa Casa porque seus planos de saúde são credenciados em hospitais melhores de Campos, Rio de Janeiro e outras cidades. Ou, até mesmo, quando um cidadão precisa falar com vocês, ninguém sabe o seu endereço.
    Paraquedistas que participam de nosso dia a dia em programas de rádio pelo telefone, que tem medo do nosso povo nativo, que não compram pão de manhanzinha em nossas padarias, que não fazem compras em nossas lojas e nossos supermercados porque eles não atendem às suas demandas, e até mesmo que emplacam seus veículos em outras cidades e muitos até em outros estados, esses, definitivamente: Não amam essa terra. Não acredito neles. Por mais que digam o contrário.
    Povo de São João da Barra, pense comigo: vocês colocariam um estranho dentro de sua casa para administrar suas coisas, sua alimentação, seus hábitos, sua família, seu dinheiro? Claro que não. Então porque precisaríamos de um “gringo” para comandar nossa cidade? Precisamos pensar nisso, pensar com carinho, mas com seriedade. Fazer as escolhas certas.
    Lembrem-se, “gente de fora” só confia em ”gente de fora”. E eles nos dão uma despesa danada com carros para busca-los e leva-los todos os dias para casa. Nós não queremos mais isso para nossa cidade. Isso, no mínimo, é dar a nós mesmos um diploma de burros. É dizer para todos os nossos conterrâneos e para os municípios vizinhos: “Aqui em nossa cidade não tem pessoas com competência para exercer estes cargos, por isso precisamos de vocês”.  Sintamos vergonha disso e não deixemos isso acontecer nunca mais.
    E para encerrar solicitemos um compromisso de nossos candidatos: Que morem aqui e que só nomeiem pessoas que morem aqui. Em último caso, que se quiserem ser nomeados deverão mudar-se para cá e que seja público de todos os seus endereços para que possamos saber em que porta bater quando o problema surgir.
    Por isso eu digo e repito: São João da Barra, quem te ama MORA AQUÍ.

terça-feira, 1 de maio de 2012

PAIXÕES




    Lendo “Leviatã” de Thomas Hobbes, muito me chamou a atenção  a parte em que ele fala das paixões do homem e seus nomes em particular. Aprendendo a denominar os nossos sentimentos, acredito que poderemos conviver, entender, expressar e exprimi-los melhor, seja de nós para  com os outros ou ao contrário.
    Tão interessante achei essas “definições” que reproduzo aqui algumas que, tenho certeza, serão de útil conhecimento a quem se dispuser a parar um pouco para conhecê-las:

1-    Esperança : É o desejo ligado a crença de conseguir;
2-    Desespero: É o desejo sem essa crença;
3-    Medo: É a opinião ligada a crença de dano proveniente do objeto;
4-    Cólera: É a coragem súbita;
5-    Confiança: É a esperança constante em si mesmo;
6-    Desconfiança: É o desespero constante em si mesmo;
7-    Indignação: É a cólera perante um grande dano feito a outrem, quando pensamos que este foi feito por injúria;
8-    Benevolência: É o desejo do bem dos outros;
9-    Cobiça: É o desejo de riquezas;
10- Ambição: É o desejo de cargos ou preeminência;
11- Pusilanimidade: É o desejo de coisas que só contribuem um pouco para nossos fins, e o medo das coisas que constituem apenas um pequeno impedimento;
12-   Magnanimidade: É o desprezo pelas pequenas ajudas e impedimentos;
13-   Coragem ou valentia: É a magnanimidade em perigo de morte ou de ferimentos;
14-   Vingança: É o desejo de causar dano a outrem a fim de leva-lo a lamentar qualquer de seus atos;
15-   Curiosidade: É o desejo de saber o porquê e o como. (Esta não existe em qualquer criatura viva, a não ser no homem);
16- Religião: É o medo dos poderes invisíveis, inventados pelo espírito ou imaginados a partir de relatos publicamente permitidos (Quando estes relatos não são permitidos, chama-se superstição);
17-  Pânico: É o medo sem se saber por quê ou de quê;
18-   Admiração: É a alegria ao saber uma novidade;
19-    Desalento: É a tristeza devida a convicção da falta de poder;
20-     Riso: São trejeitos causados pela paixão do entusiasmo súbito;
21- Choro: É provocado pela paixão do desalento súbito; (mas em todos os casos, tanto o riso como o choro são movimentos repentinos, e o hábito a ambos faz desaparecer. Pois ninguém ri de piadas velhas nem chora por causa de uma velha calamidade);
22- Vergonha: É a tristeza devida a descoberta de alguma falta  de capacidade ( esta se revela através do rubor);
23-   Imprudência: É o desprezo pela boa reputação;
24-   Piedade: É a tristeza perante a desgraça alheia (esta surge do imaginar que a mesma desgraça poderia acontecer a nós mesmos);
25-  Crueldade: É o desprezo com a desgraça alheia;
26-    Emulação: É a tristeza causada pelo sucesso de um competidor em riqueza, honra ou outros bens;
27-  Felicidade: É o sucesso contínuo na obtenção daquelas coisas que de tempos em tempos os homens desejam (esta não existe de forma perpétua);

Feitas tais colocações, espero que os meus poucos leitores, possam, assim como eu, sentirem-se melhores ou mais capacitados, não do que os outros que não tiveram o prazer desta leitura, mas, mais capacitados que antes da leitura, e que possam por em prática esses novos conhecimentos, sabendo que daqui em diante, quando sentirem tais paixões, não as confunda com outra, bem como que saibam reconhecer em seu próximo qual sentimento (paixão) ele está demonstrando verdadeiramente, mesmo que este insista em afirmar que sente outra.